Mercado Pago ultrapassa Stone e PagBank em lucratividade na adquirência: o que isso revela sobre o futuro dos meios de pagamento no Brasil?

Paulo César Lemes

O cenário da adquirência no Brasil acaba de ganhar um novo protagonista. Segundo relatório recente do Itaú BBA, o Mercado Pago fechou 2024 com lucro de R$ 1,93 bilhão apenas com adquirência — superando os resultados da Stone (R$ 1,90 bilhão) e do PagBank (R$ 1,78 bilhão).

Mais do que um número, esse resultado é um sinal claro de que o jogo está mudando. O Mercado Pago vem se consolidando como o braço financeiro mais poderoso do ecossistema do Mercado Livre, e sua estratégia está se mostrando altamente eficaz.

Mas por que isso importa tanto para quem vive ou empreende no mercado de pagamentos?

Três lições estratégicas desse movimento:

1.⁠ ⁠Ecossistemas integrados são o novo diferencial competitivo.
O Mercado Pago cresce porque não atua sozinho. Ele é parte de uma engrenagem que conecta marketplace, logística, crédito, seguros e serviços financeiros. Isso cria uma experiência fluida para o lojista e fideliza o cliente na ponta.

2.⁠ ⁠Crescimento além da base própria.
Hoje, o Mercado Pago já movimenta volumes expressivos fora do Mercado Livre, atuando com sellers e lojistas independentes. Isso mostra a força da marca e a confiança conquistada no mercado como uma solução completa de adquirência.

3.⁠ ⁠Escala e eficiência operacional geram lucro.
O TPV no Brasil cresceu 31% em 2024, alcançando cerca de R$ 320 bilhões. Com essa escala, o Mercado Pago reduz custos, aumenta margem e reinveste em inovação.

E agora?

Stone e PagBank seguem fortes e com boas projeções para 2025, mas o resultado do Mercado Pago acende um alerta: quem não pensar em ecossistemas, modularidade e experiência integrada, vai ficar para trás.

Para quem atua no setor — seja como empreendedor, investidor ou parceiro de soluções financeiras — o recado é claro:
O mercado está mudando. E só prospera quem entende onde está o valor real da nova economia.