Paulo Lemes

Napoleon Hill, um escritor estadunidense influente na área de realização pessoal, escreveu a seguinte frase:

“Tudo o que a mente humana pode conceber, ela pode conquistar”

Em outras palavras, a atitude mental de um indivíduo pode leva-lo além de suas expectativas iniciais ou simplesmente mantê-lo no lugar onde se encontra. E é aqui que entra as questões relativas à inércia. De forma bem resumida, Newton – depois de Galileu – conceituou a Lei da Inércia da seguinte maneira:

“Todo corpo permanece em seu estado de repouso, ou de movimento uniforme em linha reta, a menos que seja obrigado a mudar seu estado por forças impressas nele”

Isto é, se um corpo está submetido à um conjunto de forças nulas, esse corpo não sofrerá variações de velocidade. Ele está parado e parado ele permanecerá. Mas se esse corpo estiver em movimento, subentende-se que ele foi submetido à um conjunto de forças iniciais que lhe deram esse movimento. Nesse caso, em uma linha reta o seu movimento e velocidade é constante. O princípio da inércia pode ser observado em vários momentos do nosso cotidiano como por exemplo: quando o ônibus “arranca” a partir do repouso, os passageiros tendem a deslocar-se para trás. Da mesma forma, quando o ônibus já em movimento freia, os passageiros deslocam-se para a frente, pois tendem a continuar com a velocidade que possuíam. A inércia refere-se justamente à resistência que um corpo oferece à alteração do seu estado de repouso ou de movimento. Mais detalhamento sobre a Primeira Lei de Newton aqui.

Mas o que a lei da Inércia tem a ver com nossas vidas pessoais além do movimento físico?

Bem, ela pode nos servir como mecanismo de analogia para nossa vida prática na tomada de atitudes e decisões, por exemplo. Uma vez entendida e internalizada o princípio dessa analogia, a gente consegue perceber com mais clareza onde estamos errando e como sair desse erro.

1. Corpo parado

Creio que a principal causa da ausência de motivação em nossas ações é o comodismo aliado à ausência de ambição. Se para o indivíduo em questão o pouco é suficiente, raramente ele vai sentir necessidade de sair desse estado de estagnação. Ele é um corpo parado. Bem, se no princípio da inércia ele é apenas um corpo em repouso, assim como na física, ele vai precisar de uma força ou um conjunto de forças externas para fazê-lo sair do lugar. O que poderia ser esse conjunto de forças externas? Alguma motivação forte ou desejo forte de possuir algo que ele não possui. Nesse caso, uma viagem, uma casa, um carro ou mesmo poder oferecer algo melhor para a sua família, tudo isso pode ser um conjunto de forças que vão fazer esse corpo em repouso entrar em movimento. Mas aí caberá a cada indivíduo organizar tuas ideias e identificar suas necessidades para a partir delas, organizar seus próximos passos tendo em vista o conjunto de metas a se realizar. Não é uma tarefa fácil uma vez que é preciso boa vontade para identificar essas necessidades e só então criar o conjunto de forças que o farão sair desse estado de comodismo. Em muitos desses casos, uma conversa com um amigo ou uma mentoria já ajuda muito e de forma bastante eficiente, mas não ignoremos aqui que alguns casos precisarão de ajuda psicológica profissional. Mente sã, corpo são.

2. Corpo em movimento

Vimos que um corpo parado precisa urgentemente de um conjunto de forças para fazê-lo movimentar. Mas há ainda um segundo momento do princípio da inércia que não é menos importante que o primeiro. Ele ocorre quando estamos em movimento, mas consumidos pelo movimento mecanizado do dia-a-dia. Foi dado o primeiro passo – o corpo está em movimento – mas no meio do caminho esse corpo perdeu a direção de suas metas. Sim, é possível estar acomodado mesmo em movimento: você estudou, se formou, fez o curso da sua vida, iniciou o negócios dos seus sonhos, fez a diferença inicialmente e entrou no que podemos chamar de circulo vicioso. Diferente de estar estagnado, você está em movimento constante, mas sempre voltando ao ponto de partida, sucessivamente. Nesse caso é preciso encontrar novas forças que te faça sair do eixo, que des-construa o círculo sucessivo em que você se encontra.  Assim como no primeiro caso, novos desafios, novos objetivos, novas metas podem contribuir de forma decisiva para que você fuja da inércia.

Crescimento profissional, tal como o conhecimento, não vem por osmose. É preciso buscar exaustivamente, planejar de forma apolínia cada passo que você vai dar. Identificar suas necessidades e seus objetivos de vida é o primeiro passo. Mas não menos importante, organizar suas tarefas, sua vida, seus desafios é o passo mais importante para você sair de um ponto A e alcançar um ponto B. Escreva tudo que você pretende fazer em 2022. Não importa o quanto teu sonho seja grandioso, se você é capaz de pensar nele de forma organizada e estruturada, você também é capaz de realiza-lo.

Paulo César Lemes.